OIM: Meninas rohingya são vítimas de tráfico e exploradas para trabalhos forçados

OIM identifica grupo de vítimas de tráfico nos campos de refugiados do Bangladesh; número limitado de empregos obriga refugiados a procurarem trabalho fora; perto de um milhão de rohingyas vivem em Cox´s Bazar.

A diretora de serviços de proteção da Organização Internacional para as Migrações, OIM, Dina Parmer, garante que são comuns as hitórias “de pessoas vulneráveis que são abordadas por traficantes com falsas promessas de trabalho e de uma vida melhor.”

A responsável explica que muitos “simplesmente não percebem os riscos” ou apesar de estarem cientes do perigo “sentem que a sua situação é tão desesperada que estão dispostos a tomar medidas extremas, talvez sacrificando um membro da família.”

Falta de trabalho

Segundo a OIM, as meninas adolescentes são o grupo mais afetado pelo tráfico.

Uma jovem rohingya explicou à OIM que “há um número muito limitado de empregos no campo e para as mulheres não há quase nada” e, por isso, saiu do campo de refugiados. Mas acabou por ser obrigada a trabalhar longas horas em troca de quase nada.

Os especialistas da OIM relatam que homens e meninos adultos também são alvo dos traficantes, sendo responsáveis ​​por cerca de um em cada três daqueles que acabaram em trabalhos forçados.

Um pai rohingya disse à OIM que “não há espaço para conseguir qualquer trabalho dentro do campo” e que depois de sair do campo , acabou por “não receber pagamento” depois de trabalhar longas horas e de “ser fisicamente abusado por um empregador.”

Este homem explicou ainda que “a procura de meninas e mulheres jovens para trabalhar como empregadas domésticas” faz com que estas sejam alvos preferenciais.

OIM

A OIM oferece apoio aos sobreviventes, incluindo cuidados de saúde, aconselhamento legal, abrigos seguros, dinheiro e acesso a meios de subsistência seguros e programas de trabalho.

De acordo com aquela agência da ONU, quase 100 pessoas escaparam do tráfico e retornaram a Cox’s Bazar desde o início da crise de refugiados de Rohingya, em agosto de 2017.  Mas, segundo Dina Parmer, os números oficiais representam apenas uma fração daqueles que caíram nas mãos de traficantes durante esse período.

Inteiramente dependentes de ajuda para a sobrevivência os refugiados são presas fáceis para traficantes. Isto porque o número de programas de dinheiro por trabalho com agências humanitárias é limitado e sáo poucas as oportunidades comerciais de pequena escala dentro dos campos.

Por norma, a promessa de transporte e acesso a oportunidades de trabalho lucrativas noutros lugares faz com que os refugiados recorram a empregos inseguros, para receber salários de subsistência.

Fonte: news.un

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